Munduruku fazem autodemarcação no Tapajós
Cansados de esperar pela Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas Munduruku do Alto e Médio Tapajós iniciaram a autodemarcação da terra indígena Sawré Muybu, localizada nos municípios de Itaituba e Trairão (Pará).
Com facões, enxadas e auxílio de bússolas e GPS, os indígenas adentraram a mata fechadas, abrindo picadas pontuais e demarcando a terra indígena por conta própria.
A demarcação acontece após inúmeras promessas feitas e quebradas pela Fundação Nacional do Índio.
Em setembro desde ano, a
Devido à morosidade na demarcação, os indígenas se reuniram e decidiram iniciar por conta própria a demarcação da terra. “Já é tempo demais de espera pela Funai. A gente sabe que se depender deles essa demarcação não vai sair por causa dessa barragem aí. Então tem que ser nós mesmo”.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação na Justiça Federal contra a Funai e União. O Juiz da vara de Itaituba deu 15 dias para a FUNAI publicar o relatório ou justificar o motivo de ainda não ter publicado. Caso a FUNAI não cumpra a decisão judicial terá que arcar com multa de 10 mil reais por dia.
A área com pouco mais de 178 mil hectares é de ocupação histórica do povo Munduruku, porém é invadida constantemente por madeireiros, garimpeiros e fazendeiros, principalmente na região do Trairão. Além disso sua área compreende as areas que seriam afetadas nas construções das hidrelétricas planejadas para acontencer na região.
Descaso compromete integridade dos povos
A falta de demarcação traz vários transtornos às aldeias que vivem na área, como ameaças e invasão de madeireiros e fazendeiros. Recentemente, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) realizou uma operação e apreendeu toras da madeiras retiradas ilegalmente da terra indígena. Os madeireiros atribuíram a denúncia aos indígenas, que agora são ameaçados.
Publicado em 03 de novembro de 2014. Por Larissa